3 de fevereiro de 2009

Review #10 - Dead Gods

Olá aventureiros, depois de quase um ano sem postar um review, algumas leituras nessa época de férias me permitiram fazer isso pelo menos durante o final delas. Como todos devem saber, ganhei de natal a caixa básica de Planescape, e com ela, um livro extra veio de brinde, um livro com uma das maiores e mais legais aventuras já feitas para D&D: Dead Gods (antes que me perguntem algo, o livro veio em formato ‘xerox’. Ao que me parece, a pessoa que vendeu a caixa deve ter esquecido dentro seu pequeno bolinho de folhas).



Ficha Técnica
Formato: 30,0 x 20,0 cm
Estrutura: 180 páginas
Capa: Capa mole, 4 cores
Miolo: Couché 90, 4 cores
Guarda: Offset 120, 4 cores
Autore: Monte Cook


A maioria dos aventureiros de RPG sonha em aventuras grandiosas, onde seus personagens que começaram no mísero primeiro nível podem mudar o destino de planos ou universos inteiros. Aventuras onde enfrentam lordes demônios, travam guerras, ficam face a face com avatares e usam artefatos poderosíssimos. Talvez até mesmo presenciar a morte e a ressurreição de um ou dois deuses.

Pois são exatamente estes elementos que fazem parte desta que é uma das mais clássicas aventuras do nosso RPG favorito. Escrita por Monte Cook para o cenário de Planescape, Dead Gods (ou Deuses Mortos) possui 180 páginas e foi publicada em 1997 pela falecida TSR para o também morto Advanced Dungeons & Dragons.

A aventura é dividida em duas partes, uma principal e outra secundária: “Out of the Darkness” (Saindo da Escuridão) é a parte principal da aventura, na qual a verdadeira trama se desenrola. Porém, algumas vezes é necessário deixar o plot principal de lado para cumprir algumas sidequests e missões de coleta de informações, e é aí que entra a parte secundária da aventura chamada “Into the Light” (Dentro da Luz), que não tem ligação direta com os eventos da parte principal, mas é extremamente necessária para a conclusão da mesma.


Para entender o que se passa na história, tentarei fazer um pequeno resumo:

Tudo começa com a briga entre Orcus, o príncipe demônio dos mortos-vivos (Book of Vile Darkness para mais informações), e Kiaransalee, semi-deusa drow da vingança. Durante a guerra, Orcus foi eliminado e banido por Kiaransalee.

Porém, um tempo depois e graças a seus lacaios, Orcus retorna dos mortos, em uma forma sombria, menor e com muito menos poder: Tenebrous, o deus morto-vivo.

Louco de vingança, Tenebrous vagou pelos planos até encontrar uma antiga e proibida magia chamada Last Word (Última Palavra), que possui poder suficiente para matar um Deus.

O deus morto-vivo reúne então um novo exército de seguidores e constrói uma nova base de operações nas profundezas do Plano Negativo, local este que ele usa para aprender a usar sua poderosa e recém-descoberta magia.

Porém, algo ainda estava faltando para que pudesse por em prática seu plano de vingança. Ele precisava de seu símbolo, sua varinha que havia sido enterrada no plano de Pandemônio por ordem de Kiaransalee, que sabia do poder do objeto. Para se certificar que seu inimigo jamais reaveria seu instrumento de poder, a deusa Drow afogou no Rio Styx (um rio onde quem entra em contato com suas águas perde completamente a memória) seus dois seguidores responsáveis pela tarefa de esconder a varinha de Orcus. Uma vez que as águas do rio provocam esquecimento permanente, a localização do artefato estaria segura para sempre.

Sem saber o que havia acontecido, Tenebrous continuou procurando sua varinha. Invadiu então Mechanus (Plano da Ordem) e matou Primus (Que é o deus responsável por criar as leis da física em todos os outros planos existentes), o deus dos Modrons (pequenos constructos felizes) utilizando a Última Palavra. Tomando o lugar de Primus, Orcus comandou uma marcha para que milhões de Modrons procurassem por sua varinha (o que foi mostrado em uma outra aventura antiga conhecida como The Great Modron March, que vem antes de Dead Gods).


Depois de muito, muito tempo, Tenebrous soube da existência dos seguidores da deusa Drow que um dia esconderam sua varinha e perderam a memória. Assim sendo, Tenebrous os caçou pelos planos e os capturou. Depois disso, enviou seus servos para o plano infernal Baator para procurar uma flor rara capaz de trazer de volta a memória uma vez apagada pelas águas do Rio Styx, de modo que assim saberia onde exatamente está sua varinha e assim poderia realizar sua vingança contra Kiaransalee e dominar todo o multiverso.

Dead Gods começa justamente neste ponto da história. Uma das características principais da aventura é a mudança constante de planos, o que torna o cenário bem diversificado até mesmo para aqueles que adoram viajar, e faz o clima de ‘algo novo’ estar sempre presente. É comum encontrar criaturas novas e conceitos inusitados dentro desta aventura, que surpreenderão até mesmo os jogadores e mestres que conhecem os mais variados cenários.

Como eu disse antes, a aventura é para o falecido AD&D, sendo necessária uma GRANDE adaptação para o Sistema D20 ou até mesmo para o D&D4th. Os suplementos mais úteis em sua adaptação são os livros Fiend Folio, Manual of The Planes (ou Planar Handbook para 3.5), Book of Vile Darkness (Para conferir mais sobre a história de Orcus e pegar suas estatísticas e as de sua varinha) e os livros descritivos de Planescape que ainda podem ser encontrados por aí em importadoras.

Mesmo com toda a dificuldade de adaptação, ter em mente que você como jogador pôde frustrar os planos de um Deus Demônio Morto-Vivo com poder de matar Deuses é uma sensação indescritível. Como mestre, é melhor ainda ter a oportunidade de mestrar uma aventura clássica como esta para qualquer grupo de jogadores.

Pra terminar, ainda é possível encontrar esta aventura em leilões de usados pelos encontros de RPG da vida. Se algum dia você encontrá-la por menos de 400 reais, trate de comprar pois o valor estará extremamente barato, e não, não estou brincando.

Espero que tenham gostado de mais um review. Fico por aqui e See ya o/

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4 comentários:

Anônimo disse...

O cara queria se vingar de Kiaransalee sendo ela a semi-deusa da vingança? XD Muito ousado!

Aliás, me diz porque ela brigou com Orcus e botou pra foder nele! XD

PS: Orcus < Kiaransalee! =x
Acho que vou tentar desenhar ela ^^

Anônimo disse...

Orcus é foda véi! Que onda é essa que a deusa dos elfos negões é mior?

Anônimo disse...

É o pipoco do jerimum atômico. Desafio qualquer um a tentar chegar no fim.

Nuff said.

Thiago Gonçalves disse...

Eu não conhecia essa aventura. Parece ser sensacional!! Dá vontade de jogar, ainda mais com uma resenha inspiradora assim.

Uma curiosidade, se alguém se interessar:
Kiaransalee assassinou Orcus, tomando o seu domínio no Abismo e apagando o nome dele de toda a existência, para que não pudesse ser deus novamente (por isso teve que assumir esse outro nome: Tenebrous).
Ela é tb deusa dos mortos-vivos.
O irônico é que, muito depois, um mago seguidor da deusa drow boa Eilistraee realizou um ritual para apagar o nome de Kiaransalee da mente de todos os mortais e deuses, inclusive da própria Kiaransalee. Sem seguidores, a sua existência foi terminada.

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