8 de agosto de 2008

Conto #1 - O sonho da Princesa!

Olá aventureiros! Estou eu aqui em mais um post para vocês ^^ Esta tarde estava falando com minha digníssima e amada namorada e perguntando-a em que eu poderia melhorar o blog ainda mais. Ela tinha me dado uma sugestão há muitos comentários atrás de publicar alguns contos aqui. Então, para estrear a parte de contos do blog, eu coloco este pequenino que fiz com ela no MSN, onde cada um escrevia um parágrafo.

Sei que não somos Stephen Kings da vida, mas espero sinceramente que seja uma leitura agradável e que o texto traga ideias para aventuras de vocês mestres ^^

***

Helena sempre sonhou em ser uma rainha. Desde muito pequena foi educada para ser uma mulher como todas as outras da nobreza. Ela estava satisfeita, provavelmente se casaria com um rico nobre de um reino vizinho, era tudo o que poderia desejar para si. Talvez um ou dois anos e ela teria um belo pretendente com quem se casaria e teria muitos filhos. Então veio a guerra...

O pequeno exército do reino de Ahiott não teve forças para conter a invasão dos monstros que vieram das montanhas, liderados por um monstruoso mago que explodia tudo o que olhava. Em pouco mais de vinte horas, o reino havia caído, toda a família real morrera de forma brutal. Helena, que conseguira sobreviver, foi acorrentada e levada ao monstruoso mago Deimos.

Deimos era a pessoa mais asquerosa e repugnante que Helena já havia visto, mas, ao contrário do que ela imaginava, eles tinham um ponto em comum: ele também gostaria de se tornar um rei de fato e não apenas um invasor de reinos. Deimos não se deu ao trabalho de conhecer Helena, mas anunciou para todos que se casaria com ela em breve. Isso o tornaria o novo rei de Ahiott.

Helena estava aflita demais para planejar algo pra fugir. Não ensinaram aquele tipo de coisa nas suas aulas de etiqueta. Ela segurou com força o pingente em forma de folha prateada no seu pescoço, era um presente da sua falecida mãe. Apertou-o tanto que o pingente se espatifou e um pedaço de papel caiu dele. "Não era prata!", mais essa notícia inconveniente agora. Ela pegou o papel e viu que era uma foto da sua mãe com um bebê de orc, a rainha sorria calmamente.

Helena só havia visto um sorriso tão tranquilo em sua mãe quando saíam para passear nos jardins do palácio, ela parecia tão feliz quanto naquele dia em que ficaram a tarde toda caçando esquilos na plantação de maçãs do castelo. Quem seria este bebê? Foi então que se arrepiou até a espinha, ao pensar que aquela criança horrível pudesse ser de alguma forma algum parente seu.

Perdida entre seus pensamentos, Helena não notou a aproximação de Deimos. O mago colocou a mão em seus ombros de forma gentil, algo deveras incomum para alguem que tinha invadido um reino e matado toda a sua família. -Esta foto me traz sentimentos nostálgicos... - Murmurou o mago em uma voz gultural. De alguma forma, ele sabia quem era a criança, e conhecia a Rainha. Helena já não se aguentava mais de dúvidas e ansiedade.

Ela o olhou de lado, não sabia o que falar, embora tivesse muitas perguntas a fazer. Deimos balançou a cabeça em sinal negativo: - O que será que a pequena Helena pensou agora? Eu daria uma moeda por seus pensamentos! - ele entrelaçou os dedos acinzentados, sua pele não era humana. Helena permaneceu calada, guardou com rapidez a foto entre suas mãos e, tomando toda a coragem que tinha, olhou-o nos olhos: - Não te interessa...
-Escute...eu estou tentando ser amigável com você, Helena...-Deimos cruzou os braços, parecia um pouco irritado pelo fato da menina se recusar a temê-lo. - Você deveria me tratar bem. Foi para isso que foi ensinada. Não quer saber quem é o bebê da foto? Eu poderia te contar se...
-Espero que ele esteja morto...e toda a sua família...- ela disse sem pensar duas vezes.
Deimos não conseguiu manter seu disfarce gentil, segurou-a pelos ombros e chacoalhou a garota diversas vezes, gritando, exaltado e furioso: -Já chega! Você vai ter o que merece! -ele a arrastou pela mão- Eu tentei Helena...eu tentei pela sua falecida mãe...eu tentei...você que é a garota má dessa história...- ele repetia em tons de voz variados, andando cambaleante e rápido pelo calabouço da sua torre.

Os dois andaram pelo calabouço durante alguns minutos. Helena sentia o cheiro da morte por todos os cantos dos corredores imundos. Ao olhar para os lados, via ratos passando, os mais terríveis insetos subindo pelas paredes... A alma de Helena então parou e a jovem desmaiou.

A jovem princesa, ao acordar, não tinha mais noção de tempo e espaço. Era engraçado como as coisas acontecem rápido na vida. Helena conversava com suas amigas, todas elas queriam vidas ricas em aventuras, e tudo o que ela queria era uma vida em paz, ao lado de um bom marido e vários filhos. Mas, em um mundo onde dragões comandam reinos e homens lançam bolas de fogo pelas mãos, uma princesa nunca poderia ter uma vida comum.

Deimos pôde ver o brilho da jovem ao enfiar o punhal em seu peito. Ela conservava toda a sua delicadeza mesmo no momento de sua morte, quem sabe, se a menina colaborasse da mesma forma que sua mãe, ela se tornasse a rainha que tanto sonhou em ser. O Deus da morte precisava de um ventre virgem, e Helena não quis esta honra. Antes de fechar seus olhos por completo, a jovem compreendeu que não passava de um sacrifício.

Deimos jogou o corpo de Helena sobre o assoalho e, começando a ofegar por ter matado a garota que era peça chave nos seus planos, ele arrancou violentamente a foto da rainha das mãos de Helena: - Se tivessem me reconhecido como o primogênito, como digno do trono do nosso reino e me tivessem dado Helena...- ele olhou o cadáver e sorriu ternamente -...eu não teria feito tudo isso. Deimos rasgou com calma aquele pedaço de papel e jogou sobre Helena. Trancou a porta do local e partiu: -Toda a minha família se foi agora. Como é duro ser órfão...
Minutos depois, Deimos reuniu seu exército e anunciou que havia uma nova conquista em mente. Partiria para Candiha, para tomar o reino e todas as suas cinco princesas. O Deus da morte precisava de um corpo e Deimos daria o melhor de si para não desapontá-lo.

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